quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

O próximo ano será desconfortável

Créditos de: Inacreditável

Ao final de um ano é época para efetuar um balanço e lançar um olhar para o próximo ano. Muitos balanços de empresas para o ano 2009 devem ser catastróficos. Assim como os “balanços estatais” com seus enormes gastos para salvamento dos bancos e pacotes conjunturais.

O rombo nas contas públicas aumentou de R$ 36,4 bi para R$ 137,9 bilhões em 12 meses (até dezembro 2009), ou seja, o déficit nominal cresceu 278%, elevando a proporção em relação ao PIB de 1,27% para 4,61%. O déficit nominal representa quanto falta para cobrir todas as despesas públicas. Uma vez que o governo não tenha caixa para cobrir suas despesas, ele lança no mercado seus títulos públicos pelos quais toda a população deve pagar juros – NR.

Depois do terrível ano de 2008, onde após a falência do Lehman o sistema financeiro quase quebrou por diversas vezes, este ano foi relativamente “tranqüilo”. Passado o fundo do poço para os mercados de ações em março, entrou em cena uma selvagem especulação com dinheiro barato do Banco Central e que manteve as cotações elevadas. A economia real não recebeu muito disso, ao contrário, sofreu com restrições ao crédito, um “credit-crunch”. A economia continuou a encolher, somente no meio do ano houve uma estabilização em um nível inferior graças aos enormes gastos estatais, os quais são vendidos ao público como “agora vai” e “fim da recessão”.

O desemprego avançou não tão forte como esperado, também através de pacotes do governo de trabalhos temporários em até 24 meses. Principalmente diante das eleições parlamentares na Alemanha, onde foi suplicado aos conglomerados para ainda não demitirem. Com explodiram as despesas estatais por toda parte, principalmente nos EUA e na Grã-Bretanha.

Também na Eurolândia tivemos casos como a Espanha, Irlanda e principalmente a Grécia, a qual quase foi à falência em 2009. Também os “no-PIGS” como Alemanha ou França acumulam gigantescos déficits. Tais déficits levam em algum momento à liquidação dos Títulos Públicos e da moeda, como nós já vimos algumas vezes nessa crise.

Quem vai investir ainda no “Tesouro Direto”? – NR.

O ano de 2009 foi portanto relativamente tranqüilo – conquistado através da salvação dos bancos por parte dos Estados e graças também aos gigantescos déficits orçamentários assim como todo tipo de manipulação contábil e do mercado. Isso não se sustentará eternamente. Do jeito que está, os bailouts do outono 2008 trouxeram “calma e paz” por um ano e meio. Nós não devemos esquecer: o mundo está desde o ano 2000 no chamado “Inverno de Kondratieff”, que parte do ciclo de crédito de longos anos onde as dívidas e outros papéis são desfeitos. O grande crash foi evitado por algumas vezes, mas quando ele vier, então engolirá também os países

Espiada em 2010

A “calmaria” atual chegará ao fim em 2010. Não apenas a inflação avançou principalmente nos alimentos e energia, como também o ouro alcançou a marca de 1.226 dólares por onça. Esses foram os sinais para a ampla crise dos países. A quase-falência da Grécia também foi um sinal. Os grandes países também serão amplamente atingidos em 2010: liquidação das moedas e dos Títulos do Tesouro, explosão dos preços ao consumidor, crash das finanças. É assim em toda crise econômica.

Teremos então a bancarrota da moeda e falência do Estado, ou o Estado economiza brutalmente e aumenta tanto os impostos como os juros. Mas não será possível poupar e aumentar significativamente os impostos, pois após os salvamentos dos bancos para que pagassem as bonificações aos seus diretores, não há mais espaço para isso. Além disso, os escravos dos impostos não conseguem dar mais nada. Quanto a economizar, os lobbys protestarão ao extremo. Também o truque com o imposto do clima (último Comentário do Mercado) não vai vingar após o fracasso da Conferência sobre o clima.

Por isso o caminho da hiperinflação está sinalizado, uma maciça fuga de todos os papéis para os valores reais. Principalmente o bote salva-vidas ouro será realmente necessário em 2010.


Walter Eichelburg, engenheiro.

O autor do artigo não é um consultor financeiro, mas sim um investidor em Viena - NR.

Este artigo apareceu na revista ef-online, de 27 de dezembro de 2009.

2 comentários:

Anônimo disse...

A Espanha.....vai pro ca....?

Anônimo disse...

Quem vai se ferrar são os ricos que terão que comer papel sem valor. Vou virar camponês ou guerrilheiro contra essa nova ordem mundial, eles vão se fod... também!