terça-feira, 31 de março de 2009

Grupo de "especialistas" da ONU defende novo sistema global de reservas

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NOVA YORK, EUA, 26 Mar 2009 (AFP) - Um painel de especialistas das Nações Unidas, dirigido pelo economista americano Joseph Stiglitz, defendeu nesta quinta-feira um novo sistema global de reservas monetárias para substituir o dólar, que atualmente cumpre esta função.


"Um novo sistema global de reservas - uma espécie de SDR (Special Drawing Rights) ampliado -, com emissões ajustadas ciclicamente ou reguladas, calibradas com o montante das reservas acumuladas, poderia contribuir para a estabilização global, o fortalecimento econômico e o crescimento" geral, destaca o comitê em uma das várias recomendações formuladas para enfrentar a crise financeira mundial.

"Existe um crescente consenso de que há problemas com o sistema de reservas em dólares", disse Stiglitz aos jornalistas, destacando que tal sistema é "volátil, deflacionário, instável e desigual".

O Fundo Monetário Internacional (FMI) criou o SDR como um ativo internacional de reserva em 1969, mas é usado apenas por governos e instituições internacionais.

"Os países em desenvolvimento estão emprestando aos Estados Unidos bilhões de dólares a uma taxa quase nula, quando os próprios têm imensas necessidades" de capitais, destacou Stiglitz.

"Isto revela a natureza do problema. É uma transferência líquida, em um sentido, para os Estados Unidos, uma forma de ajuda externa".

Esta semana, o presidente do Banco Central da China, Zhu Xiaochuan, sugeriu a substituição do dólar como moeda de reserva por uma cesta que inclua dólares, euros, libras esterlinas e o iene, menos vulnerável à influência de um único país.

Os especialistas da ONU advertiram que um sistema de reservas que inclua apenas duas ou três moedas "poderia ser igualmente instável".

Um novo sistema global de reservas "é factível, não inflacionário e pode ser facilmente implementado, incluindo mecanismos para atenuar as dificuldades causadas por ajustes assimétricos entre países com superávits ou déficits", assinala o painel.

O tema deve ser analisado na Cúpula do Grupo dos 20 países desenvolvidos e emergentes, no dia 2 de abril, em Londres.

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