Já ouvimos dizer que a natureza quer se vingar dos abusos contra ela cometidos pelo homem nestes últimos séculos, daí as catástrofes globais climáticas com conseqüências na agricultura, na economia e na vida das populações. Se hoje nos agarramos á tecnologia para sobreviver, há milênios o homem vivia num mundo de criaturas e forças que o podiam conduzir á morte ou á vida tentando, através de práticas mágico-religiosas, defenderem-se da natureza. Os vestígios mais antigos dessas práticas são as gravuras rupestres (petróglifos) que encontramos em todos os continentes. Essas gravuras esculpidas na rocha com artefatos também de pedra, por vezes pintadas com tintas naturais, mostram motivos variados que julgamos ser astronômicos ou ainda mitológicos e xamanísticos, autênticos livros esculpidos na rocha. Encontramos estes petróglifos na costa gélida do Alasca e na quente Califórnia para já não falar na América do Sul onde abundam o mesmo se passando na Europa e Ásia. No continente sul-americano muitos destes lugares sagrados são só do conhecimento das populações locais, nos quais sentem campos de forças especiais de modo a estabelecerem ligação com os seus antepassados e espíritos protetores. Já noutra "postagem" nos referimos á Pedra Letreiro de Góis e as enormes figuras de Nasca. O testemunho por detrás destes traçados das culturas da Idade da Pedra continua em segredo, sendo curioso que na Europa, onde a pesquisa histórica está mais avançada, os círculos, espirais e símbolos animais, são os mesmos em todo o mundo. Será que os círculos concêntricos mostram a fertilidade e a água essencial á vida, ou haverá outro segredo maior?
As espirais representarão forças cósmicas? É que estas espirais não estão só nas gravuras rupestres, mas também esculpidas em gigantescos túmulos, em escaravelhos e pinturas fúnebres do antigo Egito. Será que a espiral se integra no complexo movimento cíclico do Sol e na sua influência sobre a água e a fertilidade animal e vegetal? É sobretudo a espiral dupla que, no âmbito dos seus movimentos giratórios, para dentro e para fora, dá azo á interpretação de retorno e renovação, ao ciclo da vida e morte. No formato de uma espiral, quer seja tridimensional em forma de parafuso, ou plana e bidimensional, não é possível encontrar um verdadeiro princípio ou fim. A espiral continua a girar eternamente como a Via Láctea. E a dança dos dervixes (ordem mística do Islã) recriará o movimento do Universo em forma de espiral e a própria criação? Consegui-los-á através desta dança em espiral captar as manifestações do Divino?
E que diremos dos quadrados ? Os cantos são os pontos mais extremos do horizonte visível e correspondem aos solstícios ou aos nossos pontos cardeais. Um aspecto curioso é que quando o quadrado que simboliza o mundo, em conjunto com o altar central, é projetado para o céu, surge à pirâmide dos Maias ou dos Astecas.Teorias muito controversas afirmam que a similitude dos petróglifos e de outros símbolos arquetípicos de diferentes culturas e diversos continentes é o resultado, conforme Carl Jung, de uma estrutura herdada geneticamente no cérebro humano. Outros afirmam que esses desenhos (quadrados e espirais) foram realizados pelos xamãs num estado alterado de consciência, induzido pelo uso de alucinógenos naturais, pois essas formas geométricas aparecem quando há problemas de visão e alucinação produzidas por drogas ou estímulos físicos. Seja como for,acredita-se que muitos petróglifos representam um tipo de linguagem fazendo referência a algum tipo de fronteira territorial entre tribos, para além de significados religiosos. Esta linha de pensamento leva-nos á escrita rúnica, uma das mais antigas , com milhares de anos. A raiz composta RU é de origem indo-européia e significa mistério ou segredo.
Os antigos povos nórdicos acreditavam que as runas possuíam poderes mágicos, daí os xamãs as colocarem nas casas, nos barcos e nos leitos do enfermos .No alfabeto rúnico cada símbolo/letra representa uma energia específica e, devido a essa energia,as runas não eram só usadas como letras de alfabeto, mas também como talismãs mágicos, cujo valor era passado oralmente pelos mestres aos iniciados.
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