Algumas das piores previsões sobre os efeitos da poluição se concretizaram na Ásia sob a forma de uma nuvem gigante. Composta de fuligem e outros poluentes, ela é marrom, se estende da Península Arábica à costa do Pacífico e tem cerca de três quilômetros de espessura. Um relatório das Nações Unidas apresentado na quinta-feira alertou que a nuvem mudou o clima local, causa perdas à agricultura e escurece o céu de muitas cidades, como mostra matéria publicada no jornal O Globo. A ONU identificou como pontos críticos Pequim, Bangcoc, Cairo, Nova Délhi, Seul e Teerã. Os autores do estudo estimam que 340 mil pessoas morrem prematuramente a cada ano somente em Índia e China devido a doenças respiratórias, cardiovasculares e cânceres associados à péssima qualidade do ar. A nuvem é um coquetel de fuligem, substâncias químicas tóxicas, ozônio e outros gases expelidos por indústrias, usinas a carvão, um número crescente de veículos e na queima de florestas e campos agrícolas. O uso intensivo de fornos à lenha em muitos países asiáticos também contribui para a formação da nuvem. Paradoxalmente, observou a ONU, a nuvem tem enfraquecido os efeitos do aquecimento global na região. Ela contém partículas que refletem os raios solares, diminuindo a capacidade da superfície em reter calor. O que parece uma boa notícia, na verdade, é ruim, pois somente disfarça os efeitos do aquecimento global em todo o planeta, destacou o diretor do Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas, Achim Steiner. Se a nuvem se dispersar, a temperatura global poderia subir 2 graus Celsius.
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