São Paulo - A ligeira melhora dos índices acionários reflete a expectativa vigente no mercado de que o pior já faz parte do passado, à medida que crescem sinais acerca de um início da recuperação, explicitada por indicadores econômicos positivos. Contudo, se o previsto não se tornar concreto, como a renda variável deverá reagir?
Para Enzio von Pfeil, CEO (Chief Executive Officer) do EconomicClock.com, os mercados acionários podem quebrar no próximo mês de outubro, ao passo que a tão sonhada recuperação econômica poderá ser postergada, em um ambiente futuro no qual pacotes de estímulo não surtirão mais efeitos e com maior volume de posições short.
Sem esperança
“O panorama econômico pode se tornar pior e esses ‘green shoots’ se transformarão em ‘black shoots’, culminando provavelmente numa quebradeira em outubro”, prevê o economista, em entrevista à rede televisiva CNBC.
Após sinais de esperança, a sobriedade deverá voltar à tona. “As pessoas aceitarão finalmente que as taxas de desemprego terão que continuar subindo e que a produtividade terá que permanecer em queda”. À luz da junção entre elevado desemprego e excesso na oferta de bens, Pfeil revela um tripé para fundamentar a quebra de outubro
Sem munição, vendido e consoante com a história
Primeiramente, o economista mostra descrença ao olhar no horizonte, acreditando que a recuperação econômica não virá tão cedo e que os governos não serão capazes de continuar municiando o mundo com pacotes de estímulos econômicos, dados os déficits públicos crescentes. “Até a China deverá ficar sem munição”, completa, a despeito das reservas expressivas e da alta taxa de poupança.
Conforme o viés do analista e, explicitando o segundo pilar do tripé, as mesas de operações ganharam dinheiro com a recente valorização dos mercados acionários, mas “a única coisa que acontecerá será grande, enorme posição short”.
Quanto ao terceiro fator, um motivo sazonal. “Por mais estúpido que soe, normalmente é quando a quebra ocorre, em outubro. Não posso dizer o porquê”, observa, de olho na série histórica.
Começa nos EUA
Caso a quebra se concretize, Pfeil prevê que esta se iniciará em Wall Street e que surtirá mais efeitos negativos em mercados do Ocidente do que nos da Ásia.
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