Desde os anos 1990, o preço do ouro é pressionado por um cartel do banco central e dos grandes bancos (Primary Dealers do FED) - o cartel do ouro. O objetivo é óbvio, eliminar o ouro como concorrente a qualquer tipo de títulos ou papel-moeda do mercado.
Isso foi tentado também nas décadas de 1960 e 70, a exemplo do London Gold Pool, o qual queria fixar por todos os meios o preço do ouro a $35/onça, mas então fracassou completamente em 1968. Em 1975, o preço do ouro foi “combatido” com a elevação da oferta de ouro pelos EUA, através do qual uma grande quantidade de ouro da própria população (está açambarcou-o apesar da proibição) foi lançada ao mercado. Ao final de 1970, o depósito de ouro dos EUA, Fort Knox, foi esvaziado sistematicamente por Jimmy Carter. O verdadeiro ouro daquela época já foi substituído por barras de tungstênio banhadas a ouro? Provavelmente.
Em 1979, chegou-se ao ponto que nada mais se podia fazer. Os bancos centrais também vendiam seus dólares por ouro. As massas também. Com isso o preço do ouro disparou até US$ 850/onça no início de 1980, que só pode ser combatido por toda parte com elevado juros. Como se vê, Fiat-Money só pode ser combatido em casos extremos diante do seguro ouro, somente através de juros elevados. Em caso “extremis”, como escreve Alan Greenspan, nada mais é aceito.
Aqui se vê novamente: os bancos centrais do ocidente são tão tolos como o “pequeno investidor padrão”. Primeiro eles tentam manter para baixo o preço do ouro através de abundante oferta, mas se ainda subir, eles mesmo compram no final das contas – mas a um preço n-vezes maior. Pois nessa situação eles têm que “defender” suas moedas. O que aconteceu naquela época acontece hoje novamente.
Papéis podres em Euro
O tema da última semana foi sem dúvida alguma a iminente bancarrota de um país da União Européia, a Grécia. Entrementes, seus títulos do tesouro são liquidados em larga escala. Também já existem relatos de corrida aos bancos na Grécia, onde os poupadores somente receberam ¼ de seus depósitos.
No momento, o pânico em Bruxelas, em diversas capitais e no quartel-general do BCE, em Frankfurt, é enorme. Em um amontoado de galinhas, como na Zona do Euro, as galinhas voam de medo por todos os lados. Existem diversas versões:
- os linha-duras dizem para deixar a Grécia ir à falência, como aviso aos outros PIGS, ou seja, os deficitários da Zona do Euro.
- os favoráveis ao salvamento, os “Bail Outer” querem evitar isso de toda forma, e exigem o Bailout da Grécia, principalmente através da Alemanha.
Qual facção ganhará, ainda não foi decidido. Em todo caso, somente a Alemanha e a França, devido ao tamanho, estão em condições para “salvar” a Grécia por mais alguns meses, na forma em que comprem os títulos do tesouro grego com dinheiro de seus contribuintes ou assumam as dívidas gregas através de emissões de seus próprios títulos. Mas depois do salvamento de seus próprios bancos e posterior arrogância na distribuição de bônus a seus banqueiros, isto deve ser muito difícil em se aplicar dentro da atual situação política.
Como eu mostrei no artigo “2010, o último ano do Euro?”, os problemas na Grécia já causaram bastante estrago no Euro. Ele até se desvalorizou um pouco diante do dólar enfraquecido. Desde o artigo citado acima, ele caiu ainda mais.
Entrementes, a Grécia deve ter se tornado assunto secundário. O que movimenta o mercado contra o Euro é muito mais a ameaçadora contaminação dos outros PIGS (Portugal, Itália, Irlanda, Grécia, Espanha). Principalmente aqui Portugal, Irlanda e Portugal, que lutam contra um enorme déficit orçamentário e alto desemprego. Se a “contaminação” da Grécia pegar a Espanha, o Euro vira “toast”, será vendido a larga escala.
Neste ínterim, o Euro é “difamado” em todas as mídias e há avisos sobre sua queda. Algumas vozes dizem, aquilo que realmente causa medo nos políticos e bancos centrais seria a retirada da Alemanha do Euro e com isso a restauração do novo Marco alemão. Devido à elevada exportação líquida da Alemanha, ele se tornaria moeda de reserva mundial e todas as outras moedas deveriam se orientar por ele, pois:
- o dólar americano está totalmente valorizado e carrega o fardo do elevado déficit externo dos EUA
- A libra esterlina tem o mesmo problema e é um forte candidato ao crash
- O yen japonês também está valorizado e sofre de um alto déficit público
- o yuan chinês não é conversível.
Um bailout da Grécia através da Alemanha é com certeza um forte sinal de atração da inflação na Alemanha e levaria à queda de Merkel e seus globalistas de esquerda. Então provavelmente estaria livre o caminho para uma retirada do euro. Uma “divisa de emergência” para o caso de um crash do euro está sendo impresso segundo relatos de diferentes fontes. Está estampado “Novo Marco Alemão”? A história da economia mostra que o “pagador líquido” sempre sai da união monetária – se for trocada a liderança política.
Se isto acontecer, então somente ouro e a própria exportação contará no mercado internacional. E não mais algum papel colorido ou verde ou títulos de estados falidos.
Ouro prestes a saltar?
Aqui o gráfico do ouro em euro/onça de um ano, desde fevereiro de 2009:
O recorde de alta foi €806/onça. Hoje estamos a €798, ou seja, apenas a 1% do recorde. Em dóalr são 9% (atualmente a $1116, ATH $1216). Os suíços não estão melhores do que nós na Zona do Euro, devido à sua inflação.
O ouro já se mostrou como respeitável bóia salva-vidas contra uma desvalorização do euro. Quem comprou ouro no verão de 2009 pode ganhar em euro, até agora, algo em torno de 20% - livre de impostos.
Caso a infecção PIIGS se alastre até a Espanha, o que é esperado, então o ouro vai de ATH para ATH, em ritmo diário. A inflação explodirá por causa dos elevados preços das importações.
É esperado que a próxima subida do ouro não consiga ser mais controlada pelo cartel do ouro. Até agora, o dólar fraco foi o combustível para o ouro. Depois que o enorme déficit de Obama proveniente do dinheiro impresso parece continuar igual, o ouro deve continuar a receber suporte maciço do dólar capenga.
Mas temos agora o “problema do euro”. Onde devemos ainda aplicar nosso capital, caso não houver mais moeda confiável no mundo de papel? Se o preço do ouro subir para valer, então quer dizer: “price action makes market commentary”. Os preços em elevação produzem novamente uma enxurrada de artigos para mídia, que atraem mais investidores.
O cartel do ouro num beco sem saída
O aumento do preço em novembro e dezembro pode ser impedido ainda por ora e foi encenado um preço descendente do ouro para a manada de investidores, de forma que ela não tenha investido m ouro a larga escala.
Ninguém de nós sabe quanto ouro os bancos centrais tiveram que jogar no mercado – pois isso é um alto “segredo de estado”.
E ninguém também sabe por quantas vezes essa ação vai funcionar, provavelmente nem mesmo o cartel do ouro. Mas em algum momento essa ação vai falhar, então começa a fuga de todos os papéis – e o poder dos países que dependem deste papel (moedas e títulos públicos) Os avisos estão à mostra.
Quando o pânico realmente começar e o preço do ouro estourar como em setembro de 2008, subindo de repente $100/onça – e não puder ser mais impedido, então em pouco tempo chegará o colapso do “sistema”.
Por que o foguete de ouro deve subir e subirá: todas as moedas foram impressas em excesso e são apenas um tipo diferente de papel higiênico. Os títulos de investimentos estão totalmente supervalorizados – por toda parte.
O medo do euro será o estopim
A quantidade gigantesca de patrimônio em papel na Zona do Euro necessita urgentemente uma salvação, pois o euro esta derretendo. Divisas alternativas não existem, por isso devemos sair do sistema. O melhor é através da moeda mais antiga do mundo: ouro e prata.
Nenhum comentário:
Postar um comentário